23 de maio de 2009

Diploma. Sim ou Não?

A discussão sobre a obrigatoriedade do diploma no curso de jornalismo está dividindo opiniões de profissionais da área, donos de veículos de informação e a população. Afinal, porque é tão difícil para o STF (Supremo Tribunal Federal) entender os argumentos e a disposição das federações e sindicatos da categoria em discutir e defender a permanência do diploma?
O discurso parece ser ideológico: para o STF, não é necessário ter diploma para formar opinião. Mas é somente para isto que o jornalista serve? Formar opinião?Não. Os leitores estão acostumados com reportagens que podem visualizar as cenas descritas, tamanha a criatividade do jornalista em relatar os fatos. De certa forma, com a grade curricular do curso de jornalismo, o estudante aprende na técnica e na prática, a apurar, pesquisar, entrevistar e assim elaborar notícias e reportagens com precisão.
Imagine você, começando a trabalhar em uma redação de jornal ou revista, sem nunca ter vivenciado na prática a profissão. Caso a decisão do tribunal seja esta, veremos esta cena pouco comum hoje em dia com mais frequência, isso dependendo dos empregadores e de suas seleções para contratações.
Com a inexigibilidade de diploma, caberá as empresas falar quem é ou não jornalista, já que somente serão quando forem contratados. A linha editorial de um veículo se fortalecerá e o papel social dos profissionais do meio acadêmico poderá se perder quando forem excluídas as técnicas e a ética no jornalismo.
Em recente artigo publicado no site da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) o articulista dos jornais Gazeta de Alagoas, O Jornal e Tribuna Independente, Sílvio Teles, formado pela Universidade Federal de Alagoas defende que as autoridades deveriam estar discutindo como melhorar os cursos de jornalismo no país, com avaliações mais rigorosas e com fechamento dos que não estiverem de acordo com o padrão estabelecido.
De fato, já esta ocorrendo audiências públicas programadas pela Comissão de Especialista do Ministério da Educação (MEC), sobre as diretrizes curriculares dos cursos de Jornalismo. Porém, haverá tempo suficiente, ou o tribunal revogará a lei que exige a obrigatoriedade do diploma? Caso isto ocorra, essas audiências serão somente perda de tempo e de dinheiro.

Letícia Iambasso

4 de maio de 2009

São Paulo vira com a Virada Cultural

Fotos: Ricardo Silva


Com arte, cultura e shows para todos os gostos e públicos, a cidade recebe a 5ª edição do evento




A Virada Cultural é um evento que sempre mistura pessoas de diferentes classes e culturas. Este ano não foi diferente. Segundo a Prefeitura, organizadora do evento, apesar da redução dos palcos, foram 22 no centro, contra 26 em 2008, o número de pessoas atraídas pelos diversos shows foi de 4 milhões aproximadamente, para as 800 atrações.
Às 17h00 de sábado, o metrô Anhangabaú estava com circulação intensa. Para o estudante Elton Brandão, 21, o fechamento da estação República para as obras da linha 4-Amarela do Metrô, colaborou para o aumento de pessoas em uma só estação. “Estava um tumulto. Tinha que desembarcar na estação Santa Cecília, pegar uma senha para utilizar um ônibus gratuito que estava lotado e seguir até a estação Anhangabaú”, desabafa.
Questionado sobre quais shows ia assistir, disse que só foi para ver as bandas que representaram o cantor Raul Seixas, no palco da Estação da Luz. Neste palco, o show de início começou às 18h15 com a banda “Raulzito e os Panteras” e seguiria até às 18h00 do domingo.
Nesta homenagem pelos “20 anos sem Raul”, houve 20 bandas representando cada disco lançado por ele, e fez os fãs matarem as saudades, segundo a estudante de ciências contábeis, Janaína Pinto, 22. “Cada banda representou bem cada disco e estavam ótimas, mas o cantor Nasi (ex-vocalista da banda IRA!), soube levar a galera ao delírio, com as músicas ‘Metamorfose Ambulante’, ‘Mosca na Sopa’ e ‘Ouro de Tolo’”, ressalta. O cantor Nasi, previsto para subir aos palcos ás 23h15, entrou com quase uma hora de atraso.
Simultaneamente, no Jardim da Luz, havia várias estruturas abrigando tochas de fogo. Era o evento elaborado pela Cia. Carabosse, intitulado de Instalação de Fogo, em comemoração ao ano da França no Brasil. Várias pessoas que passavam no local entravam curiosas para ver o parque com outra visão “Trabalho próximo e diariamente passo por aqui. Ver o parque todo iluminado faz com que eu me sinta em outro local e não no qual estou acostumada a ver”, admitiu a analista de sistemas Sueli Freitas.
Já no palco montado na Praça da República, outro local que ficou lotado por fãs de rock, que puderam assistir aos shows das bandas como ‘Camisas de Vênus’ e ‘Velhas Virgens’. Para o operador de telemarketing, Allan Reis, 23, no local faltou policiamento. “Houve um princípio de tumulto, pois o espaço ficou pequeno para muitas pessoas que queriam chegar mais perto do palco”. Segundo a Polícia Militar, a confusão foi logo resolvida com o pedido para as pessoas se afastarem da frente dos palcos.
Para o próximo ano, a prefeitura estuda a possibilidade de nova estruturação do evento, afastando os palcos e expandindo mais para o centro velho, por causa da aglomeração das pessoas nos eventos que eram próximos uns dos outros, como os da praça da República com o da avenida São João.




Letícia Iambasso

2 de maio de 2009

Pássaro de fuga: Um Poema Perdido

É amor isso que estou sentido?
É esse o amor que eu estive procurando?
Isso é amor ou eu estou sonhando?
Isso só pode ser amor
Pois isso realmente toma conta de mim
Toma conta de mim

Saia desapercebida de manhã
O amor já é passado para você
Isso é um hábito que você está criando
Este corpo está desesperado por alguma coisa nova
É só uma questão de sentimento, esses momentos de loucura certamente vão passar
E as lágrimas secarão enquanto você estiver partindo
Quem sabe, você pode finalmente achar alguma coisa

Você me dá tudo que eu desejo sentir
Quando nós nos tornamos como um [único ser]
E então você me leva ao paraíso do seu coração.
Ninguém jamais te falou [que]
Você é a melhor coisa que já existiu?

Eu achei você?
Passáro de fuga, invejoso, chorando
Ou perdi você?
Boca Americana
Grandes contas aparecendo

Eu achei você?
Passáro voador, cabelos castanhos sangrando
Ou perdi você?
Boca americana
Grande conta, emperrada caindo

P.S: Partes traduzidas das músicas: Is this love? de Whitesnake, Matter of Feeling de Duran Duran, So Beatiful, de Chris De Burgh e Flightless Bird, American Mouth, trilha sonora do filme Crepúsculo.

O amor não é visto, tocado, ouvido ou inspirado
Somente sentido
Sentir amor é viver
Não precisa de palavras
Somente de gestos
Simples e ousados
Mas que transpareçam a GRANDEZA deste amor.

Letícia Iambasso

1 de maio de 2009

"Revolução no jornalismo é fazer boa matéria"

Fala é do jornalista Marcos Zibordi, em uma palestra no Centro Universitário Sant’Anna

Marcos Zibordi, repórter da revista Caros Amigos e professor de mídia impressa, esteve na Unisant’Anna na terça feira, 28 de abril, para um bate-papo com alunos do curso de Jornalismo sobre suas reportagens e sua profissão.
Formado em Jornalismo pela Unesp(Universidade Estadual Paulista), começou sua carreira no Jornal da Cidade, em Bauru, passando depois a exercer a função de repórter de cultura no jornal Gazeta do Povo, em Curitiba. Atualmente na revista Caros Amigos, que segundo ele “Veio com a proposta de continuar o jornalismo de liberdade, promovido pela revista Realidade”, pioneira no jornalismo alternativo na época da ditadura.
Zibordi deu dicas para os alunos de como fazer uma boa matéria, entrevistar fontes, editar uma reportagem, métodos de pesquisa e principalmente mostrou que escrever bem é um processo contínuo de aprendizado.
Ao final da palestra, Zibordi abriu espaço para perguntas e comentários dos alunos. A estudante Marcela Silva, do 3º semestre, questionou o palestrante sobre quais fontes de pesquisa ele utilizou na matéria sobre as cotas para negros nas universidades, publicada na revista na edição de dezembro de 2008. Segundo ele, o MEC (Ministério da Educação) enviou uma lista com 41 faculdades que possuem o sistema de cotas, e a partir desta lista ele conseguiu as informações para realizar esta matéria.
Já a aluna Aline Kátia, também do 3º semestre, fez o seguinte comentário dirigindo-se a Zibordi: “Estava esperando uma pessoa metódica, gostei que você não é nada do que eu pensava”. Para os alunos, a palestra espantou os medos e alguns mitos sobre a profissão de repórter, inclusive tirou algumas dúvidas sobre as reportagens já realizadas por ele.

Letícia Iambasso