25 de julho de 2009

O Futuro

O que esperar do futuro? O que te leva a ter esperança de um mundo melhor?
Sua consciência? Sua fé?
O que pensar sobre a violência, a fome e a miséria hoje em dia?
Antes, havia esperança de mudanças com a chegada de novas tecnologias, mas e agora que essas tecnologias chegaram, o que mudou? Nada.
E sabem porquê? Porque o que tem que mudar é o nosso pensamento. Nossa maneira de enxergar o mundo e as pessoas.
Precisamos parar com a mania de pré-julgar tudo o que não conhecemos com visões distorcidas e negativas, passando por cima de nossas vontades e desejos para manter a aparência.
Em alguma situação de risco, você manteria a pose ou a perderia para salvar a própria vida? E a de seu filho? Ou a de algum parente seu?
O alerta da vida está acionado. Doenças, aquecimento global, violências entre pessoas da mesma família, pessoas mais pobres e miseráveis estão por toda a parte.
Tento plantar agora no presente o que quero colher no meu futuro. Mas sei que individualizando não chegarei a lugar algum. A palavra do momento é compartilhar, seja frases, experiências, conforto, carinho, ajuda.
A regra da sociedade não pode ser seguida á risca.
A única regra que nos foi ensinada por Deus, é :
"Amai a todos como a ti mesmo"

Ou seja:

*Não julgue
*Não vingue
*Não odeie
*Não faça mal
*Não deseje o mal

Mas sim:

*Ajude a quem precisa
*Perdoe
*Conforte
*Ame a todos os seres.

Que assim seja.


Letícia Iambasso

16 de julho de 2009

Homens: Entendê-los ou Compreendê-los?

Todas as mulheres criticam a maneira pela qual a sociedade defende e aceita as atitudes relacionadas ao homem.
Se o casamento acabou, a culpa é da mulher, que não conseguiu manter acesa a chama da paixão. Se os filhos "aprontam", a culpa é da mulher que não soube educá-los. Se a organização da casa não funciona, a culpa é da mulher que não soube administrá-la.
Para os homens cabe somente a responsabilidade de sustentar a família. O resto fica tudo para a esposa: lavar, passar, cozinhar, limpar, trabalhar fora, levar e buscar as crianças na escola, levar pra passear, verificar as lições de casa, colocar para dormir, saber seus medos, anseios, desejos, gostos, alegrias e etc. Ufa! Muito não? Comparado ao "TRABALHO" que o homem tem por ser o chefe da família.
Não sei porque alguns homens receiam de sair da casa de seus pais para se casarem, afinal, irão continuar com a mesma boa vida de antes, somente trocarão de lar.
É este o papel antigo e atual da mulher na sociedade. Podemos agora disputar cargos no mesmo pé de igualdade com um homem, porém, dentro do lar, o que mudou? Nada. É mais uma tarefa em que devemos nos preucupar.
E quando ficamos atoladas de trabalho, dentro e fora de casa, com filhos para criar, não temos tempo de cuidar de nós mesmas. E então ouvimos: - Nossa, como você está relaxada!



Pois é, criamos a ilusão de que o homem nasceu com um gelo no lugar do coração, mas não é verdade. De onde vem as mais singelas e bonitas demonstrações de arte: seja na música, na pintura, no poema? Quem é que faz, cria, compõe, escreve? A maioria são homens.
Sim, homens sensíveis, iguais a nós mulheres. Almas que aprenderam a demonstrar seu amor pela vida atráves de algo que quase ninguém percebe.
Quando ouço uma música composta por um homem, esqueço de tudo que já ouvi falar sobre o coração frio e gelado imposto a eles. Pois, eles não podem demonstrar sentimentos, caso contrário, não serão aceitos por esta sociedade preconceituosa, a qual fazemos partes caras amigas.
Quando vejo alguma arte produzida pelo sexo masculino, consigo enxergar a pureza e beleza desta alma que não viu outro meio de mostrar seus sentimentos, a não ser pela maravilhosa forma de amar a vida: a arte.
Enquanto isso, nós mulheres, que fazemos parte desta sociedade machista e insensível (não por culpa somente dos homens, que fique claro) continuamos nos iludindo com a ideia do "gelo no lugar do coração" de um homem. Ai se nós soubessemos.

Letícia Iambasso

2 de julho de 2009

Borba Gato: o bandeirante de Santo Amaro

Monumento histórico que fica na entrada do bairro é uma homenagem do artista Júlio Guerra

Borba Gato

Manoel de Borba Gato foi um bandeirante paulista do século XVII. Era genro de Fernão Dias Paes que entregou a missão de chefiar os bandeirantes quando teve um pressentimento de que iria morrer. Viveu praticamente nas selvas, durante 20 anos, entre 1680 e 1700.
Borba Gato foi responsabilizado pela morte de Dom Rodrigo, um espanhol que vistoriava as terras de Minas Gerais, e foi obrigado a evadir-se do sertão, refugiando-se na casa do seu tio, às margens do rio Doce. Mais tarde, conseguiu por intermédio de sua família e amigos ser inocentado do crime que lhe era imputado.
Agradecido por ter sua liberdade reabilitada, revela ao Governador a localização das minas de ouro que descobrira - assim pode retornar ao convívio com seus familiares. O governador nomeou-o Guarda-Mor, da região de Minas, com a função de recolher para a metrópole os quintos de ouro, conforme mandava a lei e apesar de uma vida de sacrifício e problemas, seus dias terminaram em paz.

O monumento

Revestida de pedras brasileiras, coloridas e grandiosas, a estátua do bandeirante foi inaugurada em 27 de janeiro de 1963. Criada pelo artista Júlio Guerra (1912 – 2001), a escultura demorou seis anos para ser construída com cerca de 10 metros de altura e pesando 20 toneladas.
Trajando roupas do século XVII, Borba Gato mantém-se em posição ereta, com olhar perdido no horizonte e segurando um enorme trabuco em posição de descanso. O pedestal, revestido de granito rústico, mede aproximadamente 2 metros de altura.
Atrás da estátua, a cerca de 25 metros de distância, uma estrutura forma de cubo é recoberta por quatro painéis em mosaico de pastilhas, com cenas evocativas de personalidades e fatos ligados à história de Santo Amaro: Anchieta e Caiubi, tendo ao centro o brasão do bairro e o rio Jurubatuba e os primeiros colonos alemães, João Paes e Suzana Rodrigues doando à nova capela a imagem de Santo Amaro.

O guardião

Algacyr da Rocha Ferreira, 71 anos. Professor de artes plásticas, conheceu o artista Júlio Guerra, por intermédio de seu tio, Joaquim da Rocha Ferreira, que lecionava com ele na Escola de Belas Artes de São Paulo. Por isso acompanhou todo o trabalho e a inauguração do monumento Borba Gato. “Era rapaz ainda, tinha 17 anos, mas lembro como se fosse hoje da festa. Houve a presença de várias personalidades da cidade, políticos e artistas” e completa “O Júlio fez uma homenagem bonita, colocando o nome de algumas pessoas presentes na festa na base do monumento”.
Em 2001, no ano de seu falecimento, o artista deixou uma carta assinada com sua filha, solicitando que todas as restaurações e limpeza de suas obras fossem acompanhadas pelo professor Algacyr, por ele ter acompanhado seus trabalhos e com o intuito de não descaracterizar a obra original.
Desde então, ele vem acompanhando e orientando a limpeza da obra, entretanto, como o próprio diz, está muito “bravo” com o que fizeram na última. “Passaram cal na base do monumento, onde estavam escritas as homenagens do artista e cobrindo também as pedras que fazem parte do monumento”, reclama. Segundo ele, já enviou vários pedidos ao DPH (Departamento do Patrimônio Histórico), para autorizarem que ele restaure a obra, pois “caíram várias pedras e está precisando de um rejunte de cimento em algumas partes”, ressalta.
De acordo com a Administração do DPH, desde 2001, é mantida uma equipe especializada em limpeza conservativa dos monumentos, em um trabalho conjunto entre o LIMPURB (Departamento de Limpeza Urbana da Secretaria Municipal de Serviços e Obras), Secretaria das Subprefeituras e o DPH. A limpeza periódica não utiliza qualquer produto químico, adotando um intervalo de no mínimo seis meses, entre uma limpeza e outra, pois o processo sempre acaba por contribuir no desgaste da obra.

Herói ou Vilão?

Para quem passa diariamente pela obra ou para os comerciantes da região o monumento pode ser considerado uma homenagem, mas nem todos conhecem sua história ou a do artista que a fez. “Trabalho aqui há mais de 10 anos e quase ninguém questiona sobre o que é ou quem foi Borba Gato”, revela o comerciante Luís Lima, dono de um restaurante, próximo ao monumento. Questionado se conhece a história dos bandeirantes, diz: “Li algumas coisas sobre eles, foram importantes para o país, mas não concordo com o modo de trabalho que levavam, matando algumas pessoas por causa de pedras e esmeraldas”.
O frentista Alex Ribeiro, que trabalha em um posto de gasolina em frente a Borba Gato, tem uma visão privilegiada do local. “Quando o movimento está mais fraco, fico observando a estátua. Antes de trabalhar aqui, não conhecia nada sobre os bandeirantes, porém depois comecei a pesquisar”.
Sobre sua identificação com o monumento, afirma: “Não me identifico muito com o personagem, mas acho que ajudou na construção e na história do país, caso contrário, não teria esta bela homenagem, em um bairro maravilhoso como esse”, elogia.
Entre histórias de herói e vilão, carros e pessoas passando rapidamente pelo local diariamente, Borba Gato, continua com sua imagem imponente, guardando a entrada do bairro.


Letícia Iambasso