12 de abril de 2012

Quem se importa? Espero que muitos!

Ontem assisti a pré-estreia do filme "Quem se Importa", documentário de longa metragem da diretora Mara Mourão. Se você estiver cansado de ouvir reclamações sobre os problemas do mundo, esse é o filme perfeito para sair da rotina de "não há o que fazer". O motivo? Ele mostra exatamente o contrário: pessoas que não ficaram somente ouvindo e vendo o que acontecia ao seu redor e foram atrás de soluções criativas e inovadoras para os problemas sociais.


O documentário traz depoimentos desses Empreendedores Sociais para mostrar quatro contextualizações com o mundo atual: o que eles já fizeram, qual foi a motivação para realizar esse trabalho, como surgiu a ideia e o que o futuro do planeta pode esperar dos jovens. 


Sim, não são os jovens que precisam esperar algo do planeta, e sim, ao contrário. Todos defenderam ali que é preciso cuidar das crianças hoje, ajudando-as na compreensão do que estamos fazendo com o nosso mundo e nossa natureza. 


Mesmo mostrando depoimentos de pessoas já reconhecidas mundialmente como Muhammad Yunus, ganhador do Nobel da Paz em 2006, o filme tem seu auge na história de Joaquim Melo, fundador do Banco Palmas, o primeiro banco social do Brasil. 


Em 1984, Melo que era padre, foi morar no lixão para fazer trabalhos comunitários. A maioria dos catadores do lixão residia na favela Palmeiras, a maior de Fortaleza. Ele, então, se mudou para o lugar. Com o passar dos anos, depois de muitos mutirões comunitários, a favela virou bairro, com saneamento básico, luz, água e também moeda própria. Foi assim que ele conseguiu que o bairro prosperasse. Incentivando as pessoas a comprar produtos comercializados na vila onde moravam, fazendo com que o dinheiro circulasse no bairro. 


Em seu depoimento, Joaquim Melo diz que precisou brigar muito para que o Banco Central aceitasse sua ideia. E ele ainda faz um desabafo que arrancou aplausos dos presentes durante a sessão: "E essa ideia não nasceu em Harvard, USP ou FGV. Nasceu aqui na favela!"


Com essa frase, acho que não preciso falar mais nada sobre o filme. Assistam e verifiquem com os próprios sentidos. Além de ser ótimo para manter acesa nossa esperança ele acende desejos e pode te dar ideias para ser mais um empreendedor social.